meus pontos seus.

Tudo o que eu poderia dizer cabe no silêncio de um abraço. Ou naquela brisa que me faz abraçar as pernas quando te escuto e na verdade queria te abraçar. Ou naquela chuva que eu escuto ao fundo, quando em primeiro lugar meu peito resolve escolher a tua voz para ouvir. Tenho tanto engasgado, que só um calafrio consegue calar o meu calor.

Você cala, e canta, e sorri. E é tão bonito isso que você faz comigo que eu nem me atrevo a tentar descrever. Sorrir por dentro é mais bonito que mostrar os dentes que eu escovo todas as noites depois de ouvir a tua música que eu elegi como minha. Ela, aquela. Sorrir por dentro é perceber que existem rotinas que foram feitas para não serem quebradas, e essa vontade de falar contigo todos os dias não parece que vai me deixar tão cedo.

O que eu tenho pra te dizer é que eu tenho pensado em investir meu salário em pesquisas sobre teletransporte, porque é cruel demais isso de pensar em querer te abraçar quando meus dedos tremem tanto que não conseguem digitar uma só palavra.

Quero te dizer que, menino!, tu és poeta e dos grandes. E dos brilhantes. Tu és poeta da sinceridade, tu és quem rima todos os meus pensamentos num soneto, quase como numa melodia sem canção – porque a minha trilha sonora tem sido os pensamentos teus.

Tudo o que eu tenho pra te dizer é que eu, que sempre sonhei em ser mar, lembrei que pode ser bonito ser marina. Marina pro teu mar. Menina pro teu mar. E pras ondas de calafrio e silêncio que dizem o que eu não consigo dizer.

(Para Bruno Stolf)